Inovador, desafiava sua época com seus projetos arquitetônicos, performances, pinturas, escritos e peças de teatro.

Flavio de Carvalho cresceu em São Paulo, tendo estudado em Paris e na Inglaterra. Pouco depois da Semana de Arte Moderna de 1922, voltou para São Paulo. Como engenheiro de formação, participou de diversos concursos para construção de edifícios públicos. Devido a seu caráter solitário, era difícil encaixá-lo no cânone artístico. Trabalhou em diversas disciplinas, como pintura, escultura, arquitetura, teatro e dança, e criou as primeiras performances no Brasil. Flavio de Carvalho desenvolveu um teatro experimental – sua peça O bailado do Deus morto causou grande alvoroço. Também provocou grande sensação e algumas reações hostis com suas performances nas ruas de São Paulo. Sua pintura experimental foi, da mesma forma, muito incompreendida. Em retratos expressionistas, procurava investigar e expressar a psique do modelo representado. As mulheres eram mostradas em posições autoconfiantes e não como objetos passivos. Também em relação ao vestuário trilhou novos caminhos, desenvolvendo o New Look (Experiência 3), um estilo de moda que corresponderia ao clima tropical e ao ser humano moderno. Assim, ele passeava de saia, meias-arrastão e sandálias pelas ruas de São Paulo. Com sua arte experimental, tentou “desprovincializar” a cena artística de São Paulo e levar novas reflexões a um público mais amplo.